Ser mãe por adoção tardia
É possível ser mãe e amar uma
filha que nasceu no coração já adolescente? E é possível ser amada por essa
filha?
Sim, é possível e posso garantir
que o amor construído é muito, muito grande. Minha filha nasceu pra mim aos 11
anos, passamos por muitas dificuldades e conflitos, mas juntas, um dia de cada
vez, aprendemos a lidar com o preconceito, vencemos as dificuldades e estamos construindo
uma relação materno-filial sólida. Hoje, após quatro anos, somos mãe e filha na
plenitude. Sinto vontade de anunciar a todos os cantos do mundo que tenho uma
filha e que a amo muito.
Adote sem medo, mas com doação e
o desejo de amar incondicionalmente e eternamente.
Mãe: Maristela
“Tem gente que nasce POESIA”. Assim VOCÊ chegou.
Chegou devagarzinho e mostrou
que há um momento exato para se chegar.
Chegou devagarzinho e não
deixou dúvidas que este sempre foi o SEU LUGAR.
Chegou devagarzinho e mexeu com o nosso cotidiano, com as nossas referências.
Chegou devagarzinho e nos despertou para a grandeza das coisas pequenas.
Chegou devagarzinho e
nos colocou em estado de CRIANÇAMENTO!
Chegou devagarzinho e
nos mostrou que viver é
um constante EMOCIONAR-SE.
JOÃO ANTONIO, desde
que você chegou, o DIA chega diferente do jeito que sempre chegava.
Que FELIZES sejam
todos os seus dias!
NOSSO PEQUENO GRANDE
AMOR, que todos os dias se encantem com o seu SORRISO!
TE AMAMOS!
(MARIA JOSÉ MARTINELLI CALIXTO E ALEXANDRE
PITANGUI CALIXTO)
ODE AO JOÃO ANTONIO
Nunca se chega antes. Nem cedo, nem tarde. Assim você veio...
Ínfimo movimento que nos aproximava com o cuidado e a
delicadeza de quem tem receio, medo, dúvidas...
Mexeu com o meu dia a dia.
Roubou o meu silêncio.
Roubou o meu tempo de leitura.
Fez-me sentir que não sou mais dona do meu tempo, dos meus
horários.
Contraditoriamente, também me fez mais sublime.
Fez-me sensível a uma porção de coisas que, até então,
passavam despercebidas.
Emocionou-me com sua alegria, com os seus primeiros
passinhos e palavras.
Apresentou-me o lado
colorido da vida
Presenteou-me com a doçura de seus gestos.
Fez-me sensível a grandeza das coisas pequenas.
Fez-me reaprender o "criança mento” das palavras".
Fez-me
perceber que as palavras crianciadas são tão mais singelas que as adulte(r)
adas...
Presenteou-me com a poesia da vida...
JOÃO ANTONIO, me pego rindo sozinha das suas doces
descobertas.
MEU FILHO, o seu descobrir faz descobrir-me.
“Carrego seu coração comigo
Eu o carrego no meu coração” (Maria José Martinelli)
Filha especial traz vida para mãe adotiva
“Ela representa a felicidade para mim. É um amor que não sei como descrever, eu amo tanto que às vezes até choro, é um amor tão grande que dá vontade de gritar para o mundo. Afinal, a Vitória é a vitória da minha vida!” (Eliana Alves Maciel)
Eliana e Vitória - Foto: Eduarda Rosa
Veja reportagem em:http://www.douradosnews.com.br/dourados/filha-especial-traz-vida-para-mae-adotiva
Minha Filha Luana
Minha filha Luana tem hoje 12 anos e já passou por varias cirurgias cardíaca: tem ventrículo único e mais algumas complicações. Mas ter sobrevivido até agora pode não ser nenhuma novidade, pois vemos milagres acontecendo todos os dias. Ela é adotiva e a maioria das cirurgias passou só, sem ninguém da família ao seu lado, sem a mãe para lhe fazer visitas no CTI (e foram meses lá dentro). Só podia contar com o amor e carinho de médicos e enfermeiros, mas estes têm sua própria família e trabalham em turnos.
Ela veio para nós com
4 anos: pesava 9kg, calçava nº18, não falava e estava começando a andar.
Disseram-me que não teria o dia de amanhã e que precisava de uma família pra
morrer feliz ao lado de pais que nunca teve.
As pessoas admiram-se
por termos adotado uma criança com um problema tão grave, mas eu pergunto: e se
tivesse nascido de mim, eu não faria o impossível por sua cura?
Com uma criança
adotiva o impossível é maior, a vontade é maior porque o sofrimento dela é
maior: foi rejeitada pela pessoa que lhe deu a vida e não lutou por ela. Foi
abandonada da forma mais cruel quando estava doente. E criança doente a maioria
não quer adotar. Os abrigos estão lotados de crianças diferentes, especiais,
com problemas graves de saúde. Muitas vezes elas sucumbem, pois o amor é que
faz ter vontade de viver. E sem amor não ha imunidade. A Luana é uma prova do
que o amor é capaz. E o amor que ela nos retribui é uma benção. Na verdade, ela
nos adotou.
Agora gostaria que
vissem este vídeo pra conhecerem esse sorriso maravilhoso, essa luz de Deus
(significado de Luana) que passou por tanta dor (esteve ligada às maquinas por
2 vezes, mas voltou) e nunca desistiu apesar de só. Ainda vai passar por muita
luta (transplante), mas estaremos lá junto dela, como fazemos ha 9 anos.
Ângela Meiricie
Filho é sempre e simplesmente filho
Não
importa se ele nasceu no seu ventre ou no seu coração. Não importa se ele tem a
cor dos seus olhos, a cor da sua pele, se tem seus traços e sua genética. Não
importa se você viu o primeiro sorriso, os primeiros passos, as primeiras
palavras, se você conheceu a primeira professora e se foi buscá-lo na escola
porque estava com medo. Não importa se você não passou noites e noites em claro
porque ele estava com febre...
Sim,
importa se você tem disposição, vontade e desprendimento para acolher e construir
um amor incondicional por seu filho. Filho que sempre foi seu mesmo sem o
conhecer. Importa, porque os diferentes se completam. Porque para você o
primeiro sorriso ele deu quando te viu pela primeira vez. Porque você ficou ansioso
no primeiro dia que o levou para a nova escola. Porque você pode passar noites
dormindo feito o anjo do seu filho...
Sim,
importa sempre e simplesmente porque ele é seu filho.
Adotar é um desafio, adoção tardia e inter-racial pode ser
um desafio ainda maior, mas possível. Existem dificuldades e limitações. O
preconceito está presente de forma dissimulada até mesmo nos amigos mais
próximos. Mesmo assim, vale apena. Juntos, um dia de cada vez, aprendemos a
lidar com o preconceito, vencemos as dificuldades e seguimos rumo à construção
do amor incondicional e sem fronteiras, capaz de transformar vidas.
Escrevo isso com a única intenção de
mostrar a você que é possível ser feliz com a adoção tardia e inter-racial.
Pense nisso.
(Maristela Missio)
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